segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Não sei o quê desgosta

Não sei o quê desgosta
A minha alma doente.
Uma dor suposta
Dói-me realmente.

Como um barco absorto
Em se naufragar
À vista do porto
E num calmo mar,

Por meu ser me afundo,
Pra longe da vista
Durmo o incerto mundo.


Fernando Pessoa

1 comentário:

AugustoMaio disse...

O grande Pessoa. Sempre.