domingo, 9 de dezembro de 2007

Bolas!

Reflectida numa bola de cristal, a vida é frágil, vazia, superficial.
Ao primeiro olhar, o que se vê é apenas a sua exteriorização e o seu reflexo, muitas vezes, condicionado pelo olhar do outro. O próprio, isto é, aquele que é e habita o interior da bola, tem , como muitas vezes se diz, a vida nas suas mãos. O que faz com ela é sempre uma incógnita dependendo das múltiplas variáveis que o tempo lhe introduz.

domingo, 2 de dezembro de 2007

Tingida!


Também somos feitos de cor.

sábado, 1 de dezembro de 2007

Untitled

Manter-se erguido, mesmo quando o corpo e a alma estão disformes, é àrduo. Há momentos em que simplesmente estar, observar e ser observado se torna demasiado pesado. Quando se instala no corpo a tristeza, a fragilidade, o medo e a angústia, tudo começa a corroer-nos e acabamos por ser estatuetas humanas com recheio de pedra e cal.
Acredito, no entanto, que somo muito mais que o nosso recheio corporal, caso contrário, ficaríamos eternamente presos a uma base que não nos deixaria cair nem viver.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

A geometria do touro

Os touros são geométricos na gestão das emoções. Quando as conseguem ruminar e digerir não há floreados, metáforas e adjectivos que embelezem a coisa em si. O fim não é nada mais se não o fim.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O coador!

O coador não é um mero utensílio de cozinha. É, digamos assim, uma espécie de orgão que nos falta desde a nascença. Tudo seria bem mais fácil se ao primeiro abrir de olhos para o mundo tivessemos um orgão que nos coasse a dor - um coa-dor. Uma espécie de firewall interna que aparasse as balas que a vida, as pessoas que nos rodeiam e nós próprios vamos disparando violentamente contra o nosso íntimo.
Hoje tenho a plena noção que o meu coador não foi implantado atempadamente e que a minha firewall perdeu há muito a actualização. Deve ser por isso que já não estou a aguentar a quantidade de virus com que sou diariamente invadida. Começo a perder velocidade e a dar, demasiadas vezes, erros fatais.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Desencaixe

Presentemente lido com alguns problemas de encaixe. Tal como as crianças, que por tentativa e erro, vão encaixando as diferentes formas geométricas nas respectivas ranhuras, tento encaixar as dificuldades , no puzzle das minhas emoções, consoante a forma e intensidade com que se me apresentam. Fico, no entanto, sempre com a sensação que atrás de uma dificuldade vem outra e já perdi a noção de forma geométrica, de ranhura, de encaixe e tudo está de pernas para o ar. Tenho a vida desarrumada e não sei onde me encaixar. Não encontro saída para quase nenhuma das formas variadas de dor e sofrimento que me vai na alma. Por mais que tente volto sempre ao mesmo - ao buraco. Isto das emoções é muito complicado. É quase tão complicado como tentar encaixar um quadrado na ranhura de um círculo.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Untitled

Os fantasmas e a vida que trazemos cá dentro nem sempre são agradáveis de olhar e de ver.
Há momentos em que tudo se torna demasiado real, intenso e quotidianamente insuportável. Talvez esteja nesta fase da vida onde apenas me limito a gerir o compasso estéril e monótono do tempo- sem rumo, sem alegria - cem lamentos!

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

O Voo


O trajecto, desde o ponto inicial da nossa viagem até ao seu terminus, nunca é pacífico.

O que nos impulsiona e o que nos faz cair prende-se com a aspiração que cada um tem em preencher um sentimento de falta ou incompletude.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Pensamentos outonais


O que se vê quando se olha?

O modo como absorvemos o exterior é partilhável, descritível, comunicável mas, no seu âmago, intransmissível.

Quando olho para as alamedas pálidas de árvores outonais, para as folhas timbradas de cor de fogo, para o restolho matizado da terra, para a paz cromática do frio do entardecer, as sensações que me invadem são indizíveis ao outro. Olha-se para a mesma coisa com uma roupagem diferente, com tonalidades da alma diferentes, com etapas de crescimento diferentes, com olhares diferentes.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Solidão


Quando era menina já me sentia só. Vivia, para me defender da solidão, com amigos imaginários. Para cada amigo havia também um eu diferente. Fui-me dividindo e falando com eles, isto é, comigo - um ser que continha sempre dois. Este padrão de comportamento agarrou-se-me à pele e hoje, para superar os meus medos e conseguir viver, continuo a recorrer ao imaginário. Construo histórias, invento personagens, crio enredos e, depois, deixo-me levar transfigurando o meu real em ideal.
Este passatempo não ameniza, no entanto, o meu vazio. Apenas o distrai.

domingo, 28 de outubro de 2007

O amor...

O amor é uma invenção
uma desorientação
uma fuga.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Registos


Quando os passos desafinam e a harmonia se fractura
a pegada que estampamos não desvenda, de todo, a dissonância ritmica da dor.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

O bilhete!

Hoje fui renovar o meu BI. Sentada, à espera da minha vez, pensei que o bilhete é fácil de renovar mas a identidade não. Dei por mim a querer fugir daquele local que me oprimia. Depois vi que não era o local mas o motivo que me levou até ele (não é por acaso que adio a minha ida há várias semanas). Afinal o que fazia eu ali, afinal o que fiz eu da minha vida, o que estou eu a fazer? Senti-me completamente perdida, desnorteada, desmembrada, ferida, desiludida comigo mesma. Porquê? Porque ando em busca da minha identidade, do meu eu e constato que, afinal, a mudança do estado civil em nada me ajuda nesta cruzada.
Sinto-me à beira do precipício, da perda de lucidez e da capacidade para analisar racionalmente as coisas. Sei que não posso cair, que não me permito cair mas isso causa-me uma dor atroz.
Na minha infância tinha medo de dormir às escuras. Às vezes acordava ao meio da noite e, apesar de saber que estava numa cama, a minha cama, não conseguia distinguir onde estava a cabeçeira, a almofada... assustava-me imenso perder a noção de espaço ou não me encontrar na ordem normal das coisas.
Hoje, às claras, novamente sozinha, parece que me encontro a (re)viver o mesmo sentimento de pânico, de não saber encaixar-me no meu espaço, de perder a noção de mim mesma. A diferença é, no entanto, abissal. Já não há uma mãe que nos aconchega e que entra no quarto e nos guia novamente pelo caminho da luz. Agora sou eu que, bem ou mal, preciso de lidar com esse pânico, com essa desorientação, no fundo com o que eu própria fui capaz de me infligir.

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Self Portrait.

My inland empire!

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Obá... o baú!


Quando conto uma história ao meu filho sinto-me como se abrisse o baú das minhas memórias e, de lá, retirasse o aroma das palavras que, na minha infância, nunca tive oportunidade de fruir.
O meu filho gosta de palavras. Mesmo não percebendo o seu "real" significado, apercebe-se que servem para fazer construções imaginárias com personagens fantásticas e aventuras intermináveis.
No fundo, as palavras são tijolos que nos ajudam a construir a nossa identidade, a nossa casa interior, o nosso porto de abrigo, a nossa história.
O que faríamos sem as palavras!

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Não estou!


Não estou pensando em nada
E essa coisa central, que é coisa nenhuma,
É-me agradável como o ar da noite,
Fresco em contraste com o verão quente do dia,
Não estou pensando em nada, e que bom!
Pensar em nada
É ter a alma própria e inteira.
Pensar em nada
É viver intimamente
O fluxo e o refluxo da vida...
Não estou pensando em nada.
Só, como se me tivesse encostado mal
Uma dor nas costas, ou num lado das costas,
Há um amargo de boca na minha alma:
É que, no fim de contas,
Não estou pensando em nada,
Mas realmente em nada,
Em nada...


Àlvaro de Campos

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Um dia baço


Um dia baço mas não frio...
Um dia como
Se não tivesse paciência pra ser dia,
E só num assomo,
Num ímpeto vazio
De dever, mas com ironia,
Se desse luz a um dia enfim
Igual a mim,
Ou então
Ao meu coração,
Um coração vazio,
Não de emoção
Mas de buscar, enfim -
Um coração baço mas não frio.


Fernando Pessoa

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Papoilas outonais

Nesta altura do ano os campos, outrora pincelados de girassóis e papoilas, estão secos, envelhecidos, empoeirados, abandonados, restolhados.
No ciclo da vida tudo tem o seu tempo.

Máscaras


Sozinha, quando me olho ao espelho, solto a armadura de ferro que me ergue o rosto. Não tenho ninguém a quem me mostrar a não ser a mim mesma. O reflexo nem sempre é agradável ao olhar. Sem a máscara da mulher de ferro, eficiente, elástica, polivalente, ficam apenas os traços da fragilidade, do cansaço, da aridez da pele envelhecida pelos anos e pelas lutas inglórias travadas contra mim mesma. Conheço mais a máscara do que o que está debaixo dela. Afinal não vivemos nós no mundo das aparências?

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Quadro negro?

Desiludam-se aqueles que pensam apagar da alma a sua história.
A vida não é um quadro negro onde se resolvem problemas matemáticos e onde nos é permitido apagar a equação em caso de engano. Tudo fica registado. O que acontece é que vamos amontoando registos, recalcando-os, criando a ilusão de que já não existem.

terça-feira, 2 de outubro de 2007

Adormecer!



Depois de uma batalha já não importa onde repouso o meu pó,
Cedo ao cansaço, às imagens descarnadas que me tingem a alma e me anestesiam o corpo,
fecho os olhos raiados de dor,
desprendo-me
desligo-me
durmo.

domingo, 30 de setembro de 2007

Elogio ao negro!



Todos nós temos dias negros. É certo que nem todos associam o seu mal-estar à cor negra mas, no meu caso, parece ser algo que tendo a repetir.

Olho para a minha vida e logo me vem à cabeça o negro, o sombrio, o escuro, o tenebroso. Na minha caverna interior não permito que outras cores, ou raios de luz, quebrem com esta ausência de qualidade cromática.

É tramado este luto constante, esta cruz - negra- que carrego na alma, este fado - de xaile negro - com que choro as minhas dores.

Sinto que, na bruma da noite escura, atravesso um rio tenebroso. As águas, profundas e escuras, chamam pela minha vida. Urge chegar ao outo lado -à margem- e achar que valeu a pena a travessia.

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Silêncios!



Sinto-me vergada pelo peso dos meus medos
no caminho uma ausência de passos
no rosto uma tristeza seca
no corpo um peso desmedido
na alma um vazio profundo.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Insónia





Esta noite fui presenteada com uma bela insónia. Às escuras, resistindo ao sono, pude iluminar alguns recantos da minha memória com a luz ténue que me chegava das estrelas.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Conjugações de memórias!

A pintura é uma arte extraordinária. Consegue condensar, através do jogo de formas, luz e cor, a caverna das emoções humanas. Há, de facto, uma parte recôndita em nós que não é "dizível",ou seja, que não encontra expressão na fala ou nas palavras.
Quando olhei este quadro senti que se adequava, neste momento, à descrição da minha alma: novelos cuja ponta se perdeu; paredes intransponíveis de engrenagens desconexas; pontos de rufúgio; ferrinhos de tonalidades desafinadas; números e letras para os quais esqueci a conjugação gramatical; olhares silênciosos; dor fictícia do real; brechas existenciais; medo de sentir e de ser.
São estes os ecos deconexos que me abarcam no momento e que brotam do meu interior; mesmo não tendo muito sentido, são uma conquista na própria ausência de sentido.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Viagens!


Hoje de manhã, a caminho da escola, olhei para os campos cheios de flores envelhecidas. Senti uma melancolia medonha. Há dois meses estavam viçosas, cheias de energia e dignas de serem olhadas. Hoje apercebo-me que o meu olhar também é outro; mais melancólico e triste, mais murcho, mais de acordo com a paisagem exterior. Também eu floresci numa primavera ímpar e também eu me encontro agora envelhecida.


segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Ponto final, parágrafo!



Hoje dei por mim a pensar em questões de pontuação. Parece que a maioria das pessoas, onde eu própria me incluo, tem dificuldades em saber o lugar da vírgula, ponto e vígula, travessão, dois pontos,etc. É interessante pensar que o ponto final e o parágrafo são a excepção à regra. Ora vejamos, quando se coloca um ponto final é porque a oração, ou seja o que for, acabou. Ainda assim, nem sempre se faz um parágrafo pois, parecendo que não, há sempre qualquer pensamento anexo que se pode acrescentar ao anterior, no fundo, prestar-lhe esclarecimento.


Quando uso o prágrafo, como é este o caso, é porque já não quero anexar mais nada ao que já foi dito.


Agora há que tecer ideias e jogos de palavras novos que me possibilitem usar e abusar da palavra e da pontuação.


Quando não souber como a usar, posso sempre fazer parágrafo.

sábado, 15 de setembro de 2007

Marionetas

Todos nós, em alguma altura da vida, somos marionetas.
Há aqueles que não se importam, porque nem sempre é mau sermos comandados, colocarem-nos os pés em campos de papoilas, fazerem-nos representar papéis fantásticos e heróicos, pondo na nossa boca dizeres extraordinários e ricos em forma e conteúdo.
À noite, porém, quando a cortina é corrida e se instala a inércia nos fios que antes nos fizeram mexer , sentem-se apenas os ecos, as sombras de uma fantasia colocada numa caixa de papel pardo amarelecido pelo tempo. Não há lugar para desejos próprios, para parar e sentir o bater do coração. Há apenas ausência de vida.
Quando nos deixamos cegamente conduzir, o que resta de nós é muito pouco. Por vezes, romper com os fios que nos puxam e conduzem é doloroso e rasga-nos o tecido da alma. Tudo, no entanto, é preferível a esta ausência de vida.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

O plano


Há secções no meu departamento interior que funcionam mal, muito mal; diria mesmo que estão a preto e branco. Parece que não consigo operacionalizar as competências que, com esta idade, já deveria ter adquirido.
O que fazer perante esta evidência?
A única saída que me ocorre é criar um plano de recuperação. Como implementá-lo ainda não sei, mas, se calhar, o uso da cor é uma boa estratégia. Caso não resulte terei de avançar para o plano de acompanhamento, embora aí a coisa se complique. Quem me vai acompanhar?

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Tempos

Neste período de luto, parte de mim tornou-se insensível.
Neste desespero encontro cinzas, pedaços de vida caduca, destroços.
Já não sei o que sou nem quem sou.
Estou perdida, em carne viva.
A morte nem sempre é o mais difícil.
A angústia da vida é, neste momento, bem mais dolorosa.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Um pouco de céu!

Foto: minha



Só hoje senti que o rumo a seguir levava para longe

Senti que este chão já não tinha espaço pra tudo o que foge

Não sei o motivo pra ir só sei que não posso ficar
Não sei o que vem a seguir mas quero procurar
E hoje deixei de tentar erguer os planos de sempre
Aqueles que são para outro amanhã que há-de ser diferente
Não quero levar o que dei talvez nem sequer o que é meu
É que hoje parece bastar um pouco de céu, um pouco de céu

Só hoje esperei já sem desespero que a noite caísse
Nenhuma palavra foi hoje diferente do que já se disse
E há qualquer coisa a nascer bem dentro no fundo de mim
E há uma força a vencer qualquer outro fim
Não quero levar o que dei talvez nem sequer o que é meu
É que hoje parece bastar um pouco de céu, um pouco de céu

Mafalda Veiga

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Silêncio Condensado



Tudo à minha volta parece transfigurado. Pensando melhor, eu própria deixei de me reconhecer e tornei-me uma estrangeira. Perdi a capacidade de comunicar, de falar, de ouvir, de sentir, de estar, de ser. Tudo me é doloroso principalmente o facto de existir. Sinto um silêncio medonho que avança aos poucos e poucos dentro de mim e me toma a minha alegria e força de viver. Estou amarelecida, sinto a alma desbotada e o coração vazio. Sou tomada pelo silêncio, cada vez mais condensado, mais desejado, como se fosse a única forma de carpir a dor que me corrói.

Waste land

Nem sempre é bom voltar a casa.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Untitled

Fecho os olhos e, ao procurar-me no vazio do escuro, ilumina-se uma imagem desconcertante de sofrimento.

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Amarras



Algures, num tempo já rasgado, infantil e risonho, estive sentada à beira do céu. Olhava-me, irreconhecível, e gostava do vento, do sol e das papoilas que cobriam os campos perfumados e me fundiam com o cheiro da terra e da vida.

Hoje estou sentada no meu vazio.

Da vida espero apenas uma boleia, não sei para onde, mas o destino deixou de ser importante.

Sentidos!


"E não sei o que sinto, nem sei o que quero sentir, não sei o que penso nem o que sou.
Verifico que, tantas vezes alegre, tantas vezes contente, estou sempre triste.
Não vejo, sem pensar.
Não há sossego - e ai de mim! -, nem sequer há desejo de o ter!"
Bernado Soares

domingo, 2 de setembro de 2007

A meio caminho de nenhures!



Observo, com um olhar perdido no tempo, aqueles que viajam com um destino marcado e uma pressa voraz em chegar.Afinal, onde está a meta?

A new life!


Uma nova vida acarreta uma dose única de felicidade mas também de incerteza e de medo. Proponho-me, nesta etapa tardia da minha vida, iniciar um novo caminho. Não sei onde me conduzirá - a vida é sempre feita de surpresas!- mas o importante já está engrenado: iniciei a viagem.
Feitas as malas, entrei no veículo do meu tempo e do meu destino. Ao arrancar, apercebo-me que há amarras demasiado dolorosas que preciso de quebrar. Com a energia e o deslumbramento da novidade, avanço a passos largos, se calhar, demasiado largos!
Travo batalhas, luto com um medo gigante, revolto-me como um animal ferido de morte e, cá dentro, sinto apenas o rasgar dos dias que me ferem sem piedade. Estou só, finalmente só, pronta para partir em busca de mim mesma, sabendo, sem ingenuidade, que as agruras serão mais que as alegrias. Ainda assim, parto nesta viagem com o objectivo máximo de ser fiél a mim mesma.