domingo, 9 de dezembro de 2007
Bolas!
Ao primeiro olhar, o que se vê é apenas a sua exteriorização e o seu reflexo, muitas vezes, condicionado pelo olhar do outro. O próprio, isto é, aquele que é e habita o interior da bola, tem , como muitas vezes se diz, a vida nas suas mãos. O que faz com ela é sempre uma incógnita dependendo das múltiplas variáveis que o tempo lhe introduz.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
domingo, 2 de dezembro de 2007
sábado, 1 de dezembro de 2007
Untitled
Acredito, no entanto, que somo muito mais que o nosso recheio corporal, caso contrário, ficaríamos eternamente presos a uma base que não nos deixaria cair nem viver.
quarta-feira, 28 de novembro de 2007
A geometria do touro
segunda-feira, 26 de novembro de 2007
O coador!
Hoje tenho a plena noção que o meu coador não foi implantado atempadamente e que a minha firewall perdeu há muito a actualização. Deve ser por isso que já não estou a aguentar a quantidade de virus com que sou diariamente invadida. Começo a perder velocidade e a dar, demasiadas vezes, erros fatais.
quinta-feira, 22 de novembro de 2007
Desencaixe
terça-feira, 20 de novembro de 2007
Untitled
Há momentos em que tudo se torna demasiado real, intenso e quotidianamente insuportável. Talvez esteja nesta fase da vida onde apenas me limito a gerir o compasso estéril e monótono do tempo- sem rumo, sem alegria - cem lamentos!
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
O Voo
segunda-feira, 12 de novembro de 2007
Pensamentos outonais
O que se vê quando se olha?
O modo como absorvemos o exterior é partilhável, descritível, comunicável mas, no seu âmago, intransmissível.
Quando olho para as alamedas pálidas de árvores outonais, para as folhas timbradas de cor de fogo, para o restolho matizado da terra, para a paz cromática do frio do entardecer, as sensações que me invadem são indizíveis ao outro. Olha-se para a mesma coisa com uma roupagem diferente, com tonalidades da alma diferentes, com etapas de crescimento diferentes, com olhares diferentes.
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
Solidão
domingo, 28 de outubro de 2007
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Registos
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
O bilhete!
Sinto-me à beira do precipício, da perda de lucidez e da capacidade para analisar racionalmente as coisas. Sei que não posso cair, que não me permito cair mas isso causa-me uma dor atroz.
Na minha infância tinha medo de dormir às escuras. Às vezes acordava ao meio da noite e, apesar de saber que estava numa cama, a minha cama, não conseguia distinguir onde estava a cabeçeira, a almofada... assustava-me imenso perder a noção de espaço ou não me encontrar na ordem normal das coisas.
Hoje, às claras, novamente sozinha, parece que me encontro a (re)viver o mesmo sentimento de pânico, de não saber encaixar-me no meu espaço, de perder a noção de mim mesma. A diferença é, no entanto, abissal. Já não há uma mãe que nos aconchega e que entra no quarto e nos guia novamente pelo caminho da luz. Agora sou eu que, bem ou mal, preciso de lidar com esse pânico, com essa desorientação, no fundo com o que eu própria fui capaz de me infligir.
terça-feira, 23 de outubro de 2007
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Obá... o baú!
Quando conto uma história ao meu filho sinto-me como se abrisse o baú das minhas memórias e, de lá, retirasse o aroma das palavras que, na minha infância, nunca tive oportunidade de fruir.
O meu filho gosta de palavras. Mesmo não percebendo o seu "real" significado, apercebe-se que servem para fazer construções imaginárias com personagens fantásticas e aventuras intermináveis.
No fundo, as palavras são tijolos que nos ajudam a construir a nossa identidade, a nossa casa interior, o nosso porto de abrigo, a nossa história.
O que faríamos sem as palavras!
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Não estou!
Não estou pensando em nada
É-me agradável como o ar da noite,
Fresco em contraste com o verão quente do dia,
Não estou pensando em nada, e que bom!
Pensar em nada
É ter a alma própria e inteira.
Pensar em nada
É viver intimamente
O fluxo e o refluxo da vida...
Não estou pensando em nada.
Só, como se me tivesse encostado mal
Uma dor nas costas, ou num lado das costas,
Há um amargo de boca na minha alma:
É que, no fim de contas,
Não estou pensando em nada,
Mas realmente em nada,
Em nada...
Àlvaro de Campos
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Um dia baço
Um dia baço mas não frio...
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Papoilas outonais
Máscaras
Sozinha, quando me olho ao espelho, solto a armadura de ferro que me ergue o rosto. Não tenho ninguém a quem me mostrar a não ser a mim mesma. O reflexo nem sempre é agradável ao olhar. Sem a máscara da mulher de ferro, eficiente, elástica, polivalente, ficam apenas os traços da fragilidade, do cansaço, da aridez da pele envelhecida pelos anos e pelas lutas inglórias travadas contra mim mesma. Conheço mais a máscara do que o que está debaixo dela. Afinal não vivemos nós no mundo das aparências?
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Quadro negro?
A vida não é um quadro negro onde se resolvem problemas matemáticos e onde nos é permitido apagar a equação em caso de engano. Tudo fica registado. O que acontece é que vamos amontoando registos, recalcando-os, criando a ilusão de que já não existem.
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Adormecer!
domingo, 30 de setembro de 2007
Elogio ao negro!
sexta-feira, 28 de setembro de 2007
Silêncios!
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Insónia
quinta-feira, 20 de setembro de 2007
Conjugações de memórias!
Quando olhei este quadro senti que se adequava, neste momento, à descrição da minha alma: novelos cuja ponta se perdeu; paredes intransponíveis de engrenagens desconexas; pontos de rufúgio; ferrinhos de tonalidades desafinadas; números e letras para os quais esqueci a conjugação gramatical; olhares silênciosos; dor fictícia do real; brechas existenciais; medo de sentir e de ser.
São estes os ecos deconexos que me abarcam no momento e que brotam do meu interior; mesmo não tendo muito sentido, são uma conquista na própria ausência de sentido.
terça-feira, 18 de setembro de 2007
Viagens!
segunda-feira, 17 de setembro de 2007
Ponto final, parágrafo!
sábado, 15 de setembro de 2007
Marionetas
Há aqueles que não se importam, porque nem sempre é mau sermos comandados, colocarem-nos os pés em campos de papoilas, fazerem-nos representar papéis fantásticos e heróicos, pondo na nossa boca dizeres extraordinários e ricos em forma e conteúdo.
À noite, porém, quando a cortina é corrida e se instala a inércia nos fios que antes nos fizeram mexer , sentem-se apenas os ecos, as sombras de uma fantasia colocada numa caixa de papel pardo amarelecido pelo tempo. Não há lugar para desejos próprios, para parar e sentir o bater do coração. Há apenas ausência de vida.
sexta-feira, 14 de setembro de 2007
O plano
Há secções no meu departamento interior que funcionam mal, muito mal; diria mesmo que estão a preto e branco. Parece que não consigo operacionalizar as competências que, com esta idade, já deveria ter adquirido.
O que fazer perante esta evidência?
A única saída que me ocorre é criar um plano de recuperação. Como implementá-lo ainda não sei, mas, se calhar, o uso da cor é uma boa estratégia. Caso não resulte terei de avançar para o plano de acompanhamento, embora aí a coisa se complique. Quem me vai acompanhar?
quinta-feira, 13 de setembro de 2007
Tempos
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Um pouco de céu!
Só hoje senti que o rumo a seguir levava para longe
Não sei o que vem a seguir mas quero procurar
E hoje deixei de tentar erguer os planos de sempre
Aqueles que são para outro amanhã que há-de ser diferente
Não quero levar o que dei talvez nem sequer o que é meu
É que hoje parece bastar um pouco de céu, um pouco de céu
Só hoje esperei já sem desespero que a noite caísse
Nenhuma palavra foi hoje diferente do que já se disse
E há qualquer coisa a nascer bem dentro no fundo de mim
E há uma força a vencer qualquer outro fim
Não quero levar o que dei talvez nem sequer o que é meu
É que hoje parece bastar um pouco de céu, um pouco de céu
Mafalda Veiga
quinta-feira, 6 de setembro de 2007
Silêncio Condensado
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Untitled
segunda-feira, 3 de setembro de 2007
Amarras
Algures, num tempo já rasgado, infantil e risonho, estive sentada à beira do céu. Olhava-me, irreconhecível, e gostava do vento, do sol e das papoilas que cobriam os campos perfumados e me fundiam com o cheiro da terra e da vida.
Hoje estou sentada no meu vazio.
Da vida espero apenas uma boleia, não sei para onde, mas o destino deixou de ser importante.