Sento-me à mesa. À minha frente uma chávena de chá.
sábado, 27 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Memória de elefante
Os sótãos são locais de memórias. Guardamos toda a tralha que, por razões afectivas,logísticas e inconscientes, não conseguimos largar. O mesmo acontece com as pessoas.
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Dá-me a tua mão
Dá-me a Tua Mão
Dá-me a tua mão: Vou agora contar-te como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta. De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois, de como vi a linha de mistério e fogo, e que é linha sub-reptícia. Entre duas notas de música existe uma nota, entre dois factos existe um facto, entre dois grãos de areia, por mais juntos que estejam, existe um intervalo de espaço, existe um sentir que é entre o sentir - nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.
Clarice Lispector
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
domingo, 21 de fevereiro de 2010
Se eu pudesse...
Salvador Dali, Horseman Death
Hoje as palavras estão manchadas.
Tal como as nódoas que teimam em não sair, em deixar marca, em alterar o tecido, também as palavras revelam a mesma capacidade. Marcam-nos, alteram-nos o tecido físico e emocional, deixam-nos uma marca definitiva.
Há dias em que gostaria de não existir na palavra.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
A propósito das línguas
Não é por acaso que hoje em dia se fala muito da importância e necessidade de conhecer várias línguas. Sem entrar em promiscuidades é, no entanto, certo que quanto ao tamanho as há de todo o género: afiadas, compridas, de trapo, de palmo e meio, viperinas...
O que me parece importante é fazer algo com a língua, como, por exemplo, desprendê-la, desenferrujá-la, pô-la em forma, exercitá-la para que dela se tire o devido proveito.
Actualmente fala-se muito mal. Mal-diz-se. Não se conhece a própria língua; às vezes até nos parece estrangeira. Deve ser por isso que aprender línguas é cada vez mais difícil. Ouvem-se os professores, queixosos e deprimidos, dizer que os seus alunos sabem cada vez menos e têm cada vez menos competência na língua. Afinal onde pára a língua? Em que altura do seu crescimento é que os nossos alunos deixaram de usar a língua e passaram a (ab) usá-la? E os professores, seremos nós capazes de (re) usar a língua?
O que me parece importante é fazer algo com a língua, como, por exemplo, desprendê-la, desenferrujá-la, pô-la em forma, exercitá-la para que dela se tire o devido proveito.
Actualmente fala-se muito mal. Mal-diz-se. Não se conhece a própria língua; às vezes até nos parece estrangeira. Deve ser por isso que aprender línguas é cada vez mais difícil. Ouvem-se os professores, queixosos e deprimidos, dizer que os seus alunos sabem cada vez menos e têm cada vez menos competência na língua. Afinal onde pára a língua? Em que altura do seu crescimento é que os nossos alunos deixaram de usar a língua e passaram a (ab) usá-la? E os professores, seremos nós capazes de (re) usar a língua?
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Matéria
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
De nada servem o calor da luz e a frescura da noite
Jan Van Goyen, Windmill
Pranto de Ménon por Diotima
Todos os dias saio em busca de algo diferente,
Demandei-o há muito por todos os atalhos destes campos;
Além nos cumes frescos visito as sombras,
E as fontes; o espírito erra no cimo para a planície,
Implorando sossego; tal como o animal ferido se refugia nas florestas,
Onde antes repousava pelo meio-dia à sua sombra, fora de perigo;
Mas o seu verde abrigo já lhe não dá novas forças,
O espinho cravado fá-lo gemer e tira-lhe o sono,
De nada servem o calor da luz nem a frescura da noite,
E em vão mergulha as feridas nas ondas da torrente.
E tal como é inútil à terra oferecer-lhe o agradável
Erva curitiva e nenhum zéfiro consegue estancar o sangue que fermenta,
O mesmo me acontece, caríssimos! Assim parece, e não haverá ninguém
Que possa aliviar-me da tristeza do meu sonho?
(...)
Hölderlin, Elegias
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
O fim da paralesia!
Jorge Molder
"Treinamos procedimentos , mas é impossível treinar a resposta a emoções.
A neurociência tem vindo a mostrar que também nas nossas cabeças, com raras excepções, não há preto e branco, mas antes, cinzento.
Às vezes precisamos de racionalizar as nossas opções e analisar, cuidadosamente, as possibilidades. Outras vezes, necessitamos de dar ouvidos às nossas emoções. O segredo reside em saber quando usar os diferentes estilos de pensamento. Precisamos de pensar, continuamente, sobre a forma como pensamos.
Quantas mais decisões as pessoas tiverem tomado anteriormente, maior será a sua capacidade de decidir.
Em situações de grande tensão, o cérebro escolhe o caminho mais fácil, poupa energia seguindo o princípio físico da energia mínima, e opta pela rotina.
As reacções emocionais só são mais acertadas quando se trata de situações sobre as quais temos um enorme conhecimento, uma grande experiência ou, ainda, em acasões de perigo. Mas dizer, em geral, que as decisões emocionais são mais acertadas é um disparate. Tudo depende da experiência, do tempo que temos para tomar a decisão."
Chega de paralesia na minha vida.
http://www.youtube.com/watch?v=jytXXLFwjmY
Esta semana li um artigo na revista Visão sobre "A Ciência da decisão". Deixo alguns excertos para reflectir:
"Treinamos procedimentos , mas é impossível treinar a resposta a emoções.
A neurociência tem vindo a mostrar que também nas nossas cabeças, com raras excepções, não há preto e branco, mas antes, cinzento.
Às vezes precisamos de racionalizar as nossas opções e analisar, cuidadosamente, as possibilidades. Outras vezes, necessitamos de dar ouvidos às nossas emoções. O segredo reside em saber quando usar os diferentes estilos de pensamento. Precisamos de pensar, continuamente, sobre a forma como pensamos.
Quantas mais decisões as pessoas tiverem tomado anteriormente, maior será a sua capacidade de decidir.
Em situações de grande tensão, o cérebro escolhe o caminho mais fácil, poupa energia seguindo o princípio físico da energia mínima, e opta pela rotina.
As reacções emocionais só são mais acertadas quando se trata de situações sobre as quais temos um enorme conhecimento, uma grande experiência ou, ainda, em acasões de perigo. Mas dizer, em geral, que as decisões emocionais são mais acertadas é um disparate. Tudo depende da experiência, do tempo que temos para tomar a decisão."
Chega de paralesia na minha vida.
http://www.youtube.com/watch?v=jytXXLFwjmY
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Dias de cor feliz!
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