
Das pinceladas assimétricas surge, a rasgar a monotonia do negro, uma imagem fugaz de infância, onde o desejo de construir papagaios reluzentes, mesmo sem céu para os deixar voar, nos faz flutuar o pensamento.
Porque eu sou uma vida com furibunda melancolia, com furibunda concepção. Com alguma ironia furibunda. Sou uma devastação inteligente. Com malmequeres fabulosos. Ouro por cima. A madrugada ou a noite triste tocadas em trompete. Sou alguma coisa audível, sensível. Um movimento. Herberto Helder, Poemacto II