
Desejos perversos do invejoso
Há 12 anos
Porque eu sou uma vida com furibunda melancolia, com furibunda concepção. Com alguma ironia furibunda. Sou uma devastação inteligente. Com malmequeres fabulosos. Ouro por cima. A madrugada ou a noite triste tocadas em trompete. Sou alguma coisa audível, sensível. Um movimento. Herberto Helder, Poemacto II



Num mail que hoje li, descobri uma frase muito interessante "viver é desenhar sem borracha". De facto, a vida não permite o uso da borracha, isto é, não se apagam da vida os traços que testoam , que desfiguram o desenho por nós projectado. Integrar, no mesmo esboço, o disforme e o belo, o pior e o melhor de nós, pressupõe aceitar que somos imperfeitos e incompletos, capazes de feitos de grande generosidade e simultaneamente de grande mostruosidade.
