sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

O meu pompom!

O outro dia, quando brincava com o meu filho, decidimos fazer um pompom. Enquanto entrelaçava os fios numa rodela de papel, pensei como me sentia interiormente desamparada. Ao entrelaçar o fio veio-me à memória que as coisas boas da vida precisam de tempo e de imensas voltas até se atingir um resultado final.
Acabei o pompom e o gosto azedo da minha condição subiu-me à boca. Parece que cá dentro construí um espaço de aridez, de desconforto, de terra ceifada que recusa novas sementes.
Hoje, passado alguns meses, o meu pompom interior começou a desabrochar. Começo a pensar que a vida não tem de ser um desalento, um desencanto e que ainda há espaço para deixar crescer dentro de mim um campo de papoulas viçosas.

2 comentários:

Anónimo disse...

Da terra ceifada, nasce a esperança de novas sementes, que, chegado o tempo oportuno, começam a desabrochar. Nessa altura, até a aridez é redimida.
Filipe

Anónimo disse...

A rotação de culturas e o pousio são práticas há muito utilizadas para revitalizar os terrenos cansados. Temos é que perceber que se semeamos papoilas não devemos esperar ver nascer cravos. Na terra que descansa devemos saber esperar e não a acordar do seu merecido e necessário repouso. Penso que o tempo médio de pousio costuma ser de 3 anos mas, talvez em alguns casos, possa ser menos, e, noutros, se recomende mais.