Um dias destes li um poema de Antoine Tudal que me fez pensar sobre a barreira inerente à relação homem/ mulher. Por penoso que possa parecer, é uma crua verdade!
"Entre o homen e o amor, existe a mulher.
Entre o homem e a mulher, existe um mundo.
Entre o homem e o mundo, existe um muro"
2 comentários:
Acontece que os muros, como o de Berlim, em 89, também caem. Quando não caem, podemos subir e correr neles. Ou saltá-los.
Eduardo Lourenço disse um dia o seguinte: se os poetas levassem demasiado à letra aquilo que escrevem, não conseguiriam continuar a viver. A escrita é uma forma de criar distância, de fazer "muro" entre a poesia e a vida (no que esta tem de impossível), de tornar a vida habitável. Eduardo Lourenço deu como exemplo o verso de Pessoa/Álvaro de Campos: "Se te queres matar, por que não te queres matar?"
Claro que o poeta continuou a viver e a criar, mesmo após ter demonstrado, nesse poema, a inutilidade e o sem-sentido de toda a vida.
Sem muros não se constroem muradas (quero dizer, moradas, lugares para se morar).
(filipe)
E permite-me citar Jacques Brel: La femme est l'avenir de l'homme. É mais por aqui, meibal.
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