Costumo dizer que as pessoas têm uma ideia errada de mim. Quando penso nisso questiono-me se não serei eu própria que ajudo a construir essa imagem desfocada daquilo que eu penso ser. Vamos por partes; há quem julgue que me tenho em grande conta, com manias de super-mulher, megalómana, que se julga com uma capacidade extrema de trabalho, capaz de fazer um pouco de tudo, rápida, pragmática mas que,no fundo, não é esse o meu verdadeiro eu. Há quem pense que o meu lado mais genuíno reside nas minhas fragilidades ou na minha maior fragilidade que é, no fundo, o jeito inato para me vitimizar, para dizer que a vida foi madrasta comigo, que é tudo difícil e tirado a ferros e sei lá mais que lamentos. De facto, até acho que me vitimizo, que sou amarga e que tenho uma vida demasiado pesada, pelo menos, em relação às expectativas que construí referentes à minha vida. O que eu não sei é a origem dessa vitimização que é, de facto, um traço recorrente em mim.
O que é certo é que por debaixo da máscara de fortaleza, existe um ser humano frágil, com cicatrizes, carente, com uma grande necessidade de ser aceite e amado pelo outro. Será que tudo o que faço é para agradar o outro? E o que faço eu para me agradar?
4 comentários:
Como dizia o Sartre o inferno são os outros.
Mas podem não ser - depende de ti.
Pergunta a quem gosta de ti, que é quem realmente importa, qual é a imagem que tem de ti.
Eu, que gosto de ti, gosto porque és gostável! Quero lá saber dos outros adjectivos todos. Isso são pancadas dicotómicas de taxonomista.
Pois é, nós gostamos e pronto.
Aquele que gosta de julgar os outros, que só atire a primeira pedra se souber julgar-se a si mesmo...
"Somos aquilo que pensamos",é a frase indicada para aquele que pretende julgar-se...
talvez o segredo seja não pensar em tudo isso, viver um dia de cada vez como se fosse o último sem estarmos sempre a pensar no que os outros pensam de nós.... e com isso castrar todas as nossas expectactivas e todos os nossos sonhos. Pára de pensar em ti!! Vive!!
Rita
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