-Fale-me do seu desejo!
Fiquei sem pinga de sangue. Afinal, o que me estava a perguntar? Do que iria agora falar? Não tinha tema. O desejo não tem um tema específico e não é algo que possa ser facilmente materializado em palavras. Voltei a pensar no que iria dizer.
-Desejo... como? Desejamos sempre muitas coisas!?
- Mas o desejo pertence a cada um e, como tal, deve ter uma ideia do que deseja.
- Bem, é verdade. Mas a que área do desejo se refere? Agora que penso nisso, até parece haver uma geografia do desejo.
-Geografia do desejo? Explique lá melhor.
-Bem, não sei. Acho que me perdi um pouco nas palavras. ehhhh....bom, no fundo, eu desejo, como toda a gente, ser feliz. Como vê, não é nada original o meu desejo.
-E o que é isso de ser feliz?
-Isso também é difícil de explicar. Mas penso que a felicidade não existe.
-E ainda assim é isso que procura, o que não existe.
-Talvez. Não é isso o que procuramos todos, o que não existe?
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