
Foto: Man Ray, Dust breeding
Esta matéria negra de que sou feita,
fermenta no vazio.
Fere.
Despe a alma.
Alimenta.
Estilhaça em silêncio.
Uma semente maligna
germinando em terra fértil
cheia de nada
nada!
Porque eu sou uma vida com furibunda melancolia, com furibunda concepção. Com alguma ironia furibunda. Sou uma devastação inteligente. Com malmequeres fabulosos. Ouro por cima. A madrugada ou a noite triste tocadas em trompete. Sou alguma coisa audível, sensível. Um movimento. Herberto Helder, Poemacto II
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