domingo, 28 de outubro de 2007

O amor...

O amor é uma invenção
uma desorientação
uma fuga.

2 comentários:

Anónimo disse...

As muitas faces do ser humano

Uma ou cem: escolhe quem as tem!
São muitas as faces do ser humano
a ostentar preconceitos, produzir enganos
ser essência do amor, ou ápice da frustração

O mesmo olhar terno que nos afaga em carícias
um dia nos derrota com a chama de suas chispas.
A mesma mão estendida, que tanto nos conforta
dia chegará em que nos fechará a porta.

São tantas as faces, tão poucas as razões...
pautadas nas circunstâncias, no momento
a mesma brisa suave, nos apresenta em tormento
se existiu na alvorada, ao ter no ocaso é só vento

Um dia foi recebida com pompas pelo coração
em outro, martiriza e aterroriza sem compaixão
faces diversas, diversas faces, que não se ocultam
pelo contrário, entre si disputam, lugar ao sol...

Como se fosse preciso, registrar inventário
usurpar o benefício da dúvida, cair o pano
mostrar além das máscaras, sem perspicácia:
- As muitas faces do ser humano -

Tere Penhabe

Descobri este poema por acaso. Resolvi partilhá-lo contigo. Também conheço a tua dor. Ela esmaga-nos, corrói-nos, dilacera-nos mas ao mesmo tempo nos fortalece. Ironia.
Assim como tu, eu trazia no coração uma mágoa antiga que só fazia doer. Não sabia o que fazer com ela. E como apertava... E como doía... Ficava ela ali no canto esquerdo, bem quieta. Dava os ares de sua graça nas horas mais impensáveis. Pulava no peito como bola desgovernada. Queria esquecê-la. Queria traí-la. Trancá-la lá fora sem pena da chuva. Queria poder juntá-la com as minhas mãos, arrancá-la para fora de mim. Ela que se salvasse.
Finalmente consegui. Feliz por ter extraído toda essa mágoa. Mas no fundo, será que eu serei totalmente feliz, será que essa falta que se aloja hoje no peito clamando pela mágoa uma vez perdida dar-me-á a paz desejada? São as ironias da vida, as ironias de um coração que nos atraiçoa...
Melhores dias virão...


Anabela

Filipe Pereirinha disse...

À parte o lirismo, a coisa é simples: uns porque amam excessivamente o trabalho (geralmente os homens), outros porque trabalham excessivamente por (ou para o) amor (geralmente as mulheres), ambos se equivocam. Enquanto isso, os laços desenlaçam, os nós desatam,os conjuntos desconjuntam.
E todos se queixam: uns porque perdem, outros porque não se encontram, os professores porque os alunos (isto é, os filhos dos outros) são cada vez mais desatentos, desconcentrados, instáveis..., os médicos porque a miséria do mundo não pára de crescer...
E nós, todos nós, desencontradamente disjuntos, disjuntamente desencontrados, vamos caminhando alegre ou tristemente por essa vereda que nos leva...a lugar nenhum, ou, então, como diz o título dessa precursora novela de Aldous Huxley, a um "admirável mundo novo" em que, na verdade, já vivemos.
A culpa é do vento, que tudo leva, até o que há de mais sagrado e precioso...