quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Conjugações de memórias!

A pintura é uma arte extraordinária. Consegue condensar, através do jogo de formas, luz e cor, a caverna das emoções humanas. Há, de facto, uma parte recôndita em nós que não é "dizível",ou seja, que não encontra expressão na fala ou nas palavras.
Quando olhei este quadro senti que se adequava, neste momento, à descrição da minha alma: novelos cuja ponta se perdeu; paredes intransponíveis de engrenagens desconexas; pontos de rufúgio; ferrinhos de tonalidades desafinadas; números e letras para os quais esqueci a conjugação gramatical; olhares silênciosos; dor fictícia do real; brechas existenciais; medo de sentir e de ser.
São estes os ecos deconexos que me abarcam no momento e que brotam do meu interior; mesmo não tendo muito sentido, são uma conquista na própria ausência de sentido.

3 comentários:

Filipe Pereirinha disse...

Parabéns pelo escritos.Têm leveza e profundidade.
Digo isto em nome próprio e não vestido de anonimato
filipe

Anónimo disse...

Ferrinhos!? Será uma referência a algum instrumento musical chamado triângulo?

Anónimo disse...

Neste quadro o que ressalta ao meu olhar é a bonita conjugação de cores quentes.

É curioso como o princípio da relatividade se mantém tão actual!