domingo, 30 de setembro de 2007

Elogio ao negro!



Todos nós temos dias negros. É certo que nem todos associam o seu mal-estar à cor negra mas, no meu caso, parece ser algo que tendo a repetir.

Olho para a minha vida e logo me vem à cabeça o negro, o sombrio, o escuro, o tenebroso. Na minha caverna interior não permito que outras cores, ou raios de luz, quebrem com esta ausência de qualidade cromática.

É tramado este luto constante, esta cruz - negra- que carrego na alma, este fado - de xaile negro - com que choro as minhas dores.

Sinto que, na bruma da noite escura, atravesso um rio tenebroso. As águas, profundas e escuras, chamam pela minha vida. Urge chegar ao outo lado -à margem- e achar que valeu a pena a travessia.

2 comentários:

Filipe Pereirinha disse...

Visto do outro lado, a margem é do lado de cá. Há coisas que deixámos do lado de cá quanto quisemos atravessar a margem pensando que as iríamos encontrar do outro lado. É talvez o olhar vestido de negro que nos ofusca e perturba a visão.

Filipe Pereirinha disse...

Antes que as águas negras nos engulam no seu remoinho, é ainda possível voltar para a outra margem, do lado de cá, desde que haja uma ponte...Haverá uma ponte ou somente um sorvedouro?